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Um diário livre


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

a dança

(a Rogério Claudino)

Quando encolhe seu sorriso
para vitimar-nos bem de dentro.

Quando suspendemos as palavras, poucas
porque nunca delas precisamos muitas.

Nesse seu esparramar de braços,
nesse apresentar de dedos bailarinos,

não é o amigo, o companheiro,
é o artista, o adormecido artista
que nos eleva, desta vida,
ao sonho de, no silêncio, de verdade, ouvi-la.

Como a queremos ou como a sonhamos
em, por um instante,
acreditar que somos deuses.

E nos recebe, nos conduz
no transporte suave desses dedos
aonde sozinhos nunca dançaríamos.

E nos olha dedilhando, nossos olhos
marejados por seus dedos,
dedos que seduzem esse instrumento de amor, o violão
e nos o faz, na baila, amar também.

E é por esse seu amor,
por causa desse seu amor
é que sofremos dessas dores.

Ah!, essas notas que ferem!
Dores de que tanto gostamos,
dores que nos aliviam de dores
das que não gostamos de sofrer.

3 comentários:

  1. Lembranças de tempos que insistem em não passar... minha gratidão ao amigo por essa inesquecível honraria!

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  2. Que saudade, meu amigo!! Não esqueça de mandar sempre notícias! Honraria foi a minha em ter te ouvido algumas vezes. Bem queria novamente o privilégio!

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