Poemas em nome próprio
De renomes idos
Sentimentos lidos
Declamações mudas
Janelas de perspectiva infinda
Um diário livre


quarta-feira, 30 de maio de 2012

A máquina deste mundo


                             ...dá volta ao mundo e torna a se engolfar,
                                    na estranha ordem geométrica de tudo



                                                                                 Drummond


Engrenagem rude esta do mundo que me afora
leva a alma inteira a viajar incrível

Crê-se livre e solta a trotar no espaço infindo
a despeito de errar-se tola pela máquina insensível

Galga alta o arco ilusionista
ignorando que há múltiplos ruídos

Crê-se onipresente nesse todo fantasista
mas é só poeira, nada, uma sombra invisível

Imagina que se rege pela música, pelo amor, a poesia
mas domina-a e a conduz ao fado, ante tudo

um mercúrío mineral de astros outros enredados
o senso comum mais rastro e previsível

E como eu palmilhasse a minha estrada apenas
encontrei vários desvios.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ser

A mim que estou
deixar de ter
seria o mesmo que
deixar de ser
servido assim
como sonhasse
nesse nem
pensar-me ser
sem si
só sendo
um ser
seria

Sendo ela
assim
faceira
a manhã
a tarde
a noite inteira e a
suspeitar em mim
o não querer perdê-la
já me deixo ir
sem nem querer pensar
o que seria assim
de mim não
sendo seu
iria

quarta-feira, 2 de maio de 2012

espelho

O que escolhemos para ver
vai se tornando a pouco e pouco
espelho de nós mesmos