Poemas em nome próprio
De renomes idos
Sentimentos lidos
Declamações mudas
Janelas de perspectiva infinda
Um diário livre


sexta-feira, 22 de agosto de 2014


A cidade obscurece em luzes
nada é mais lento que a verdade
meu olhar perfura a noite sem rumores
tudo é tão claro como a paz.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Nunca troque o sol brando e perene da amizade
pela fogueirinha urgente e avassaladora do desejo.
A não ser que queira, e acredite que possa,
transformá-la em um astro intempestivo.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O galo

O galo canta uma, duas, três
estando longe do sertão
que é onde os galos cantam
madrugada adentro
sem razão maior que a canção.

E por quê que me desperta
se ainda é tudo escuridão?

No sertão, o mar virado
revirado remexido
ondeia azul por entre a alta
espuma branca viajante
bem de longe aguada
irrefreável à areia, aerada
que trazendo-a espelhada
se insinua em ventanias e
esculturas de revolução.

E é por isso que vizinho ao mar
o galo canta em noite calmaria
não duela com murmúrios grandes
horizontes de imensidão.

Pois agora chove manso e finda o pranto
não se ouve mais a vastidão do canto
que se houve iluminá-lo da manhã.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Grande Sertão: Veredas

A cada novo romance que leio, se agiganta mais Grande sertão: veredas. Lá se vão dez anos dessa leitura, dessa verdadeira lida, e tenho a impressão de que não haverá obra maior em minha vida. E olha que tenho escolhido muito bem as minhas companhias... Um épico da língua, reinventada, renascida, uma das mais belas histórias de amor já escritas. Salve Guimarães!



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Como livros na estante
há cavidades de minh'alma
eu sei
que só reclamam
ser tocadas
versos esquecidos
nunca ditos
abismos de silêncio
sentimentos invasivos