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Um diário livre


quarta-feira, 9 de julho de 2014

O galo

O galo canta uma, duas, três
estando longe do sertão
que é onde os galos cantam
madrugada adentro
sem razão maior que a canção.

E por quê que me desperta
se ainda é tudo escuridão?

No sertão, o mar virado
revirado remexido
ondeia azul por entre a alta
espuma branca viajante
bem de longe aguada
irrefreável à areia, aerada
que trazendo-a espelhada
se insinua em ventanias e
esculturas de revolução.

E é por isso que vizinho ao mar
o galo canta em noite calmaria
não duela com murmúrios grandes
horizontes de imensidão.

Pois agora chove manso e finda o pranto
não se ouve mais a vastidão do canto
que se houve iluminá-lo da manhã.


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